A medicina regenerativa envolve um amplo espectro de tratamentos e conceitos, abrangendo áreas multidisciplinares, como no tratamento de feridas em pés diabéticos e tratamentos de artrose articular. Partindo-se do preceito básico de que o paciente deve estar com o metabolismo adequado — bem como com sono, dieta e intestino em equilíbrio — para realizar esse tipo de tratamento, podem-se utilizar produtos biológicos do próprio paciente (retirados do sangue, medula óssea ou gordura) ou derivados externos, como o cordão umbilical. Ainda que a resposta seja individual e a padronização de métodos seja difícil, há uma enorme gama de lesões musculoesqueléticas em que pode ser utilizada a medicina regenerativa, desde patologias articulares, dores crônicas, lesões condrais até lesões envolvendo músculos, tendões e ligamentos.
O artigo descreve uma opção de tratamento com o uso de medicina regenerativa/ortobiológicos em uma patologia rara, porém de difícil controle e potencialmente sequelante, que é a osteonecrose do tálus. Associaram-se fatores biológicos do próprio paciente, como o PRP (plasma rico em plaquetas, extraído do sangue), ao BMA (aspirado de medula óssea da bacia). O autor combinou o potencial de cicatrização dos fatores biológicos do paciente com perfurações/descompressão óssea realizadas em centro cirúrgico. Assim, de forma minimamente invasiva, obteve-se excelente resultado para o paciente, com cicatrização da lesão. É um exemplo de como, quando bem utilizada, a medicina regenerativa pode ser um adjuvante com grandes benefícios no tratamento das patologias musculoesqueléticas, evitando cirurgias mais invasivas que podem levar à perda de função articular.