Nelson Pelozo
Reconstrução óssea / articular com fixação externa
O uso da fixação externa na ortopedia e traumatologia é bastante amplo, sendo indicada para tratar tanto casos agudos, como esmagamentos com lesões graves de tecido ósseo e partes moles, quanto casos crônicos, como malformações congênitas, infecções e pseudoartroses. No campo do alongamento ósseo, o fixador externo se destaca como uma ferramenta de extrema importância. No entanto, sua indicação deve ser precisa, levando em consideração qual paciente realmente se beneficiará do método, assim como as complicações associadas, como o tempo de uso e atrofia muscular, por exemplo.
No caso do pé e tornozelo, malformações congênitas como pé torto congênito inveterado ou recidivado, braquimetatarsia, e sequelas de lesões neurológicas, traumáticas ou esmagamentos podem exigir a opção pela reconstrução com fixação externa para a correção gradual da deformidade e preservação de partes moles.
O artigo descreve a aplicação do alongamento ósseo ou osteogênese por distração utilizando fixação externa em uma malformação congênita grave do pé, chamada braquimetatarsia. Essa condição resulta do fechamento precoce das placas de crescimento, o que leva a um encurtamento grave do metatarso e ao desequilíbrio de todo o antepé, com descompensações, como artrose na articulação metatarso-falângica dos metatarsos envolvidos, subluxação, instabilidade articular e rigidez. Sempre há uma queixa estética associada à severidade dessa malformação congênita.
O método consiste no alongamento progressivo do metatarso, já que um alongamento agudo pode causar complicações neurovasculares, além de ser um processo cirúrgico com maior morbidade. O tratamento com fixador externo é um processo delicado e lento, com muitas complicações potenciais possíveis. No entanto, os autores apresentam bons resultados no estabelecimento da mecânica articular do antepé, melhoria do aspecto estético e no alinhamento da parábola das cabeças metatarsais.